Falta solidariedade das autoridades de Carnaubais no caso Chagas Neto

No mínimo uma nota de esclarecimento e solidariedade da Prefeitura de Carnaubais, era a atitude esperada pelos amigos e familiares do empresário Chagas Neto, de apenas 28 anos, que virou alvo de uma investigação da Polícia Civil, após promover uma festa com a presença de 20 pessoas, enquanto estava sob suspeita de coronavírus, no final de março. Somente agora, ele conseguiu provar que não foi infectado com o Covid-19.

Nessa segunda-feira (11), o resultado de um exame feito pelo empreendedor apontou que ele nunca havia contraído a doença. Com base em informações da Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap), a Secretaria Municipal de Saúde em Carnaubais chegou a confirmar e notificar o empresário como sendo positivo, informando que o mesmo poderia ter disseminado o vírus para as demais pessoas presentes no evento que promoveu.

Inconformado com o resultado, Neto procurou a Sesap para realizar uma contraprova, mas recebeu um e-mail do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do RN (Cievs) com a informação de que não seria necessária outro teste, pois ele não apresentava mais os sintomas da Covid-19.

"Comecei a estranhar, pois nenhuma pessoa ao meu redor havia apresentado nenhum sintoma e o coronavírus é uma doença altamente contagiosa, todos sabemos disto", contou o empresário. Estranhamente, Chagas Neto não recebeu no primeiro momento os papéis com o resultado do teste, tendo acesso ao laudo apenas através dos seus advogados.

Neto realizou a contra prova na última sexta-feira (8) e mesmo testando negativo para o vírus, ele confirmou que irá fazer um novo exame e juntar ao antigo resultado para poder reivindicar seus direitos na justiça. 

Na época em que o empresário foi notificado, a Secretária de Saúde do município era a sogra do prefeito e médico Thiago Meira, a senhora Jussaly Medeiros, que não responde mais pela pasta. Atualmente a secretaria é comandada por Francisco Gomes, que era adjunto da Saúde no mês de março. O silêncio das autoridades ignora o futuro de um jovem, vítima de um suposto erro médico.