Mercado aquece para contratação, mas candidatos não estão preparados
Carolline Candeias, coordenadora do curso de Gestão em Recursos Humanos da Estácio Zona Norte
Cedida
Segundo indicadores da Fundação Getulio Vargas (FGV), a expectativa de contratação no Brasil chega agora ao melhor nível desde 2010
Ao pesquisar no site de busca assuntos relacionados a “emprego 2017”, é fácil encontrar ofertas de vagas. Agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em diferentes estados do país anunciam oportunidades no mercado de trabalho. A boa perspectiva não está apenas na tela do computador. Segundo indicadores da Fundação Getulio Vargas (FGV), a expectativa de contratação no Brasil chega agora ao melhor nível desde 2010.
A pesquisa, que funciona de modo semelhante a um termômetro, faz a medição em pontos e, quanto maior essa pontuação, mais forte a tendência de contratação no País. O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp) subiu 5,6 pontos em janeiro e alcançou os 95,6 pontos – maior nível desde maio de 2010 (98,7). O mês também apresentou recuperação em relação a dezembro de 2016, quando houve recuo de 3,1 pontos.
Para Carolline Candeias, coordenadora do curso de Gestão em Recursos Humanos da Estácio Zona Norte, já se percebe uma reação do mercado no que se refere a contratação. “A maioria são cargos de entrada e estágios, visto que nos últimos dois anos houve uma limpeza nas empresas e os profissionais mais antigos já subiram para novas funções e suas antigas vagas estão abertas”, relata a coordenadora.
Mas, apesar do otimismo e novas oportunidades, ainda há dificuldade em encontrar profissionais qualificados ou, ao menos, que saibam comunicar seu “eu profissional”. “A gente imagina que com tanta informação na internet as pessoas estejam mais preparadas para se candidatar a uma vaga, ou para o momento da entrevista. No entanto, infelizmente alguns candidatos não conseguem o emprego por pecados que cometem na hora da seleção”, explica.
Um dos principais erros cometidos, segundo Carolline Candeias, é a falta de conhecimento sobre as qualidades e desafios pessoais ao exercer a profissão ou ao se candidatar a uma vaga. “Se a pessoa não se conhece profissionalmente, dificilmente procura melhorar ou se qualificar. Consequentemente, não provoca no empregador a confiança necessária para colocar esta pessoa em um cargo de sua empresa”, argumenta Candeias.
Ela cita ainda que a demonstração de muito nervosismo, a má postura corporal, o uso de gírias e a falta de conhecimento sobre a empresa também são fortes referências negativas na hora da entrevista. “É preciso se preparar antes da entrevista, conhecer um pouco o funcionamento da empresa e realizar uma autoanálise pessoal destacando o que se encaixa melhor para aquela instituição. Um candidato que se comunica bem, e sabe o que tem de melhor é, um certamente, um forte candidato à vaga”.