GLOMUS: Um intercâmbio cultural para a história de Natal
Evento global acontece desde o dia 11 e se encaminha para
últimas apresentações na capital potiguar
últimas apresentações na capital potiguar
O intercâmbio cultural entre músicos de 29 nacionalidades com Natal superou todas as expectativas da organização do Glomus 2017. O evento bianual itinerante estacionou pela primeira vez na América do Sul, na capital potiguar, e tem feito história. As apresentações têm atraído públicos recordes por onde passa e em total conexão com a plateia. Hoje acontece às 20h30, na Pinacoteca do Estado.
Pela repercussão obtida junto ao público e ainda a interatividade entre professores e artistas renomados internacionalmente com alunos de ONGs de Natal, estudantes de música da UFRN, público externo e também alunos do próprio Glomus, interessados em aprender culturas de outros países, a UFRN já demonstrou interesse em repetir a experiência próximo ano.
“Temos vivido momentos singulares e não só pelos números que falam por si, mas quando se vê artistas de fama internacional durante três dias de aprendizados mútuos com jovens do bairro do Bom Pastor atendidos por uma ONG, ou nas oficinas oferecidas pelo projeto, sentimos a vontade de ver isso de novo”, comentou o coordenador do Glomus e responsável pelas relações internacionais da UFRN, Fábio Presgrave.
As apresentações do Glomus tem atraído milhares de pessoas. Na abertura do evento foi insuficiente dobrar o número de cadeiras para 1200 no auditório do Holiday Inn. Nos concertos na Escola de Música da UFRN centenas de pessoas assistem em telões montados na área externa, enquanto o auditório está superlotado. No Parque da Cidade foram registradas 2 mil pessoas. No Parque das Dunas, recorde estimado em 8 mil.
“Nesses 10 anos de Som da Mata, já passaram os melhores instrumentistas locais e grupos de fora de nossas fronteiras, tanto estaduais como nacionais. Mas nunca uma mistura de tantos músicos de tantos países se uniu para fazer um espetáculo improvisado com tanta vibração como aconteceu neste último domingo no Parque das Dunas”, contou o produtor do Som da Mata, Marcos Sá de Paula.
Marcos complementa e ratifica ao mesmo tempo um dos propósitos do Glomus: “Num mundo que se digladia em guerras sem fundamento, a Glomus, nessa parceria com o Som da Mata, vem provar que a música é das ferramentas mais eficientes para unir as nações, estabelecendo uma ponte entre os povos em que as palavras nunca poderiam alcançar”.
Músico, compositor e também professor de tantos jovens da ONG Conexão Felipe Camarão, Carlos Zens tem vivenciado o Glomus nas oficinas e apresentações. “Difícil descreve a dimensão dessa troca de experiências. É um trabalho de inclusão inestimável para esses jovens, que aprendem novas musicalidades, novas danças, novas línguas. E ensinam também o nosso côco, nosso zambê, nossas tradições orais”.
Carlos Zens ressalta ainda uma nova janela aberta para esses meninos e meninas: “Diante de tanta violência vivida na cidade e tão presente na vida desses jovens da periferia, a música se mostra uma oportunidade de união e esperança pra eles. Então, mais do que trazer músicos renomados, é a questão social do Glomus que pesa mais, além do enriquecimento cultural. Natal se esbarra muito em si mesma. Então vale viajar mundos pela música, sem perder, claro, nossa tradição”.
Professor de música da UFRN e músico conhecido no Estado, Juliano Ferreira, o Jow, acredita que, independentemente do excelente nível dos professores e alunos do Glomus, há algo diferente neste evento: “É um festival de música fora do convencional. Não há o intuito de atingir perfeição artística ou mostrar virtuosismo. Aqui o foco principal é o intercâmbio cultural, a troca de experiências e a integração através da arte”.